FT-CI

A primeira em 31 anos

EUA: A burocracia levanta a greve na General Motors

29/09/2007

Na madrugada do dia 26/9, a burocracia do sindicato automotriz UAW (pelo seu nome em inglês, United Auto Workers) e a patronal da General Motors chegaram a um acordo, após a primeira greve nacional automotriz desde 1976. Nesse ano, o sindicato levou a frente uma greve contra a Ford.

Na segunda-feira, 24/9, 73.000 operários e operárias das 82 fábricas estadunidenses da General Motors, filiados ao sindicato UAW entraram em greve.

A greve foi declarada após o fracasso das negociações com a empresa. Dentre as principais demandas, estavam garantir os empregos, em resposta ao anúncio do corte de 34.000 empregos; mas o estopim do conflito se dava em torno de como financiar o sistema de saúde dos trabalhadores (nos EUA, não existem obras sociais e não há saúde pública como conhecemos no Brasil). O objetivo da patronal era fechar por cima a dívida (51.000 milhões de dólares) e o custo que representa o plano de saúde dos 460.000 trabalhadores aposentados e familiares pensionados da empresa. A General Motors diz que não pode competir com o baixo custo do trabalho de empresas como a japonesa Toyota, pelas mãos daqueles que perderam uma parte de seu mercado nos EUA.

Em 14/9, venceu o convênio de trabalho compactuado entre “As Três Grandes” (General Motors, Ford e Chrysler) e o sindicato que representa 200.000 trabalhadores/as da indústria automotriz. O resultado final da briga entre a patronal e os trabalhadores da General Motors repercutirá nas outras duas, por isso todos os olhares estão lançados sobre este conflito.

Ron Gettelfinger lamentava a medida de força no início da greve, dizendo: “Ninguém ganha em uma greve”. Gettelfinger é o gerente da empresa? Não. É o secretário geral do sindicato! O sindicato automotriz é muito conhecido por sua política conciliadora com a patronal e por estar sempre “atento” aos seus interesses, inclusive a própria patronal reconhece seu mérito de ter promovido demissões voluntárias, cortes salariais, entre outros.

Apesar da atitude conciliadora da burocracia sindical que entregou inúmeras conquistas dos operários automotrizes durante os últimos anos, desta vez foi obrigada a convocar a greve, pela pressão da base que vinha saturada com as demoras na negociação. Os operários saíram das fábricas e instalaram os piquetes de greve, paralisando uma importante parte da produção. Ainda que a empresa tenha assegurado poder suportar uma greve, a notícia engasgou a Wall Street, onde caíram por terra as ações da empresa. E não era para menos, a força dos trabalhadores da General Motors pode fazer com que a patronal perca a produção de 760 veículos por hora, e se viesse a se estender por mais um dia, começaria a afetar a rede de abastecimento de suas fábricas no Canadá e no México.

O acordo fechado contempla a proposta patronal de deixar a saúde dos trabalhadores nas mãos de um “fundo de ações” ou fideicomisso, a cargo do sindicato, através do VEBA (siglas em inglês de Voluntary Employees Beneficiary Association) aportando uma soma, agora efetivamente, além de ações e outros ativos, e um suposto aporte extra caso o sindicato não possa financiar o fundo. Em outras palavras, subordinam a saúde dos trabalhadores e suas famílias aos vai-vens do mercado acionário. Apesar dos compromissos e da supervisão orquestrada pela empresa, ninguém pode se esquecer do fantasma da quebra de Enron (em 2001) que cortou a aposentadoria de seus mais de 20.000 funcionários. Mais uma vez, a burocracia sindical norte-americana entrega grandes favores ã patronal mais concentrada dos EUA, neste caso, liquidando a saúde dos trabalhadores e suas famílias.
O secretário geral do UAW prometeu defender o acordo frente aos críticos da proposta, resta esperar a decisão dos 73.000 trabalhadores/as que deverão ratificar o acordo nos próximos dias.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Periodicos

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)