FT-CI

Brasil - Editorial

MAIS vantagens aos empresários, MENOS direitos aos trabalhadores

15/09/2012

Por Francisco Pontes, Val Lisboa

Apesar dos trabalhadores seguirem confiando em Dilma e na falsa idéia de que nesse país é possível conseguir conquistas e direitos gradualmente até se acabar evolutivamente com as contradições sociais, temos visto o governo federal endurecer ainda mais com os trabalhadores. O consumismo com endividamento nas famílias, e o baixo índice de desemprego conjuntural, ainda que empregos temporários e com baixíssimos salários, são algumas questões que ainda fazem os trabalhadores não enxergarem de que lado esse governo está e seus novos ataques, como as recentes demissões em alguns setores e leis anti-operárias. Se hoje a farra do mensalào e das eleições ganham as grandes manchetes, assim que eleitos os novos governantes novos planos para arrancar nossos direitos irão aparecer.

Em nosso último jornal, apontávamos a importância da luta dos servidores federais por todo o país. Mais de 400 mil trabalhadores saíram à luta na mais importante greve do funcionalismo dos últimos anos, colocando o governo Dilma em uma saia justa.

A presidenta e sua equipe, apesar da ilusão e confiança que depositam os trabalhadores, já tinham em sua trajetória a repressão e prisões aos trabalhadores em Jirau, Belo Monte e Suape, e mostraram em agosto aos servidores públicos pra quem governam: corte de ponto, substituição de grevistas e um projeto de lei anti-greve foram as marcas deixadas. Até a CUT, central sindical governista que joga a favor de Dilma e dos patrões, que tentou em vários momentos fazer a greve andar pra trás através dos sindicatos que dirigia, sentiu a pressão da mobilização e precisou criticar pontualmente Dilma por sua intransigência.

Os trabalhadores não saem derrotados. A força do setor que se enfrentou com Lula em 2003 durante a tentativa de reforma trabalhista e da previdência se fez novamente presente, e as pequenas concessões imediatas do governo, frente a uma clara perspectiva de ataque aos direitos operários e de greve a longo prazo, só foram possíveis pela força da mobilização que deixou a mídia, os burocratas governamentais e os empresários de cabelo em pé.

Quem são os “privilegiados” desse país?

Em meio a greve, a grande mídia com os secretários governamentais falavam nos “grandes privilégios e altos salários” dos servidores federais desse país, com uma “matemágica” que tentava mostrar uma pequena parcela de funcionários de anos de carreira de setores específicos, como se fossem o conjunto dos servidores, tentando jogar a população contra os lutadores. Falsidades escritas e ditas pelas bocas e mãos de redatores e burocratas que recebem – esses sim - algumas dezenas ou centenas de milhares de reais mensais para representar os interesses dos que lucram milhões e mantém a exploração cotidiana de nosso país.

Vejamos as atitudes do governo, depois dessa greve, para pensar quem são, de fato, os grandes privilegiados com Dilma.

O governo começa setembro com dois movimentos: mais vantagens aos empresários e ataques aos trabalhadores. Palavras falsamente neutras e que buscam se distinguir da herança privatista tucana, como concessões, competitividade, crescimento e equilíbrio, foram a tona no discurso televisivo de Dilma no 7 de setembro, deixando claro o aprofundamento do papel que cumpre o governo petista enquanto um eficaz e excelente administrador dos grandes capitalistas no Brasil.

Setembro, o mês que os empresários começaram rindo ã toa

Nos últimos meses, como reflexo da crise econômica mundial que vem levando a Euro para para uma forte recessão e desacelerando o crescimento industrial chinês, tivemos a queda da produção na indústria de conjunto, aumentando a competição entre os grandes capitalistas. Setores como as montadoras de caminhão e as mineradoras foram os mais atingidos no Brasil. Não existe mais aquela história de “marolinha” ou de que nosso país está desligado do cenário internacional.

Os grandes empresários não tiveram dúvida: se com os enormes lucros dos últimos anos deram no máximo algumas migalhas aos trabalhadores, com a crise não pensam duas vezes em jogar nas costas dos trabalhadores, como já mostram os ataques na Mercedez e as demissões na Vale. Terceirização, demissões, intensificação do ritmo de produção, doenças crônicas e ameaças diárias são os “presentes” dos patrões. E Dilma, evidentemente, vem ajudando os empresários nessa “empreitada”. Uma artilharia pesada foi preparada: “um novo plano de logística, a desoneração da folha de salários e a redução da conta de energia elétrica podem ser o início de uma nova política, menos populista, menos retórica e mais voltada que a do governo anterior para o aumento da eficiência geral da economia”(Estadão, Caderno de Economia, 12/09, grifo nosso). A síntese e o entusiasmo de Rolf Kuntz do Estadão deixa claro as perspectivas da elite brasileira, enxergando nas novas medidas de Dilma uma clara sinalização de ainda mais favores aos empresários e cortes e ataques “eficientes” contra os trabalhadores.

E Kuntz está certo, as medidas de Dilma caminham nesse sentido: ataque aos peões, favor aos patrões.

Ela e seu governo dão sequencia ao projeto de privatização das rodovias, aeroportos e estradas, anunciando novas “concessões”(parcerias público-privadas) ao gosto dos grandes empresários do ramo, que em retribuição, engordam os cofres petistas na campanha eleitoral(como a de Haddad, a mais cara do país, que somente em doações declaradas recebeu mais de 10 milhões de reais). Se em São Paulo o PSDB recebe milhões das empreiteiras que gerenciam as obras do metrô,o PT recebe milhões das grandes construtoras que lucram com as obras do PAC, da Copa, das Olimpíadas, enquanto seguem os acidentes, mortes e a terceirização nos canteiros de obras pelo país. Esse é o PT de hoje, que deixa nesse momento com o julgamento do Mensalào em curso, sua marca na história daqueles que gerenciam essa democracia dos ricos, colocando seus dirigentes como novos personagens de um desigual e corrupto país, marcado por gente como Sarney, Maluf, Collor, FHC e tantos outros representantes da burguesia.

Na indústria, os grandes empresários receberam bilhões em descontos tributários: mantém a redução do IPI para as grandes montadoras que lucram como nunca no Brasil, Dilma diminui em até 28% o custo de energia para ramos industriais como e aumenta-se os setores empresariais que não terão que pagar o INSS dos trabalhadores(somam-se a setores como o têxtil e do sapato, anunciados anteriormente durante o Plano Brasil Maior, mais 25 novos setores, como a indústria de alumínio, as montadoras de caminhão, a indústria farmacêutica e de celulose anunciados por Guido Mantega, Ministro da Fazenda, no último dia 12). (Valor Econômico, 13 de setembro)

As medidas adotadas por Dilma tendem, momentaneamente, a neutralizar as críticas dirigidas pelo setor industrial. Se os grandes banqueiros e investidores imperialistas seguiam com seus altos lucros nesse paraíso fiscal chamado Brasil, mesmo com as medidas e cobranças pontuais de Dilma aos grandes bancos, ramos do setor industrial começavam a resmungar mais alto por medidas protecionistas e investimento. Se a torneira dos privilégios governamentais já estava aberta apesar da choradeira, agora veio uma enxurrada. Franklin Feder, representante imperialista da norte-americana ALCOA do setor do alumínio, sintetiza os grandes elogios e brindes patronais ao governo federal de Dilma:

“Hoje é dia de celebração. É um marco histórico. Equivale ã política que a presidente Dilma adotou no setor financeiro para reduzir os juros. A indústria de alumínio e os eletrointensivos estão muito felizes. Há muito tempo, fora a redução de juros, a gente não via uma medida como essa, possibilitando maior competitividade da indústria. Então, por isso, eu vou celebrar hoje ã noite e tomar um uisquezinho.” (Estadão, 12 de setembro)

Enquanto isso, ataques e demissões nas fábricas

Enquanto os patrões seguem lucrando e com novos incentivos do governo, a vida real dos que batem cartão é bem diferente. Como já dissemos em edições anteriores, a GM preparou um grande ataque na GM, colocando 1500 trabalhadores em lay-off e organizando demissões em conta-gota através do PDV em São José dos Campos. Esse grande monopólio, que segue com altos lucros com a redução do IPI, não mede esforços em atacar os trabalhadores e aumentar o ritmo de trabalho por todo o mundo, levando a um grau o índice de doenças crônicas que na Colômbia operários doentes costuraram a boca em greve de fome como forma de protesto

Não é só a GM que vem demitindo. A Vale aprofunda seus ataques com a crise no Brasil e organiza verdadeiros massacres na África como poderá ler em nosso jornal.

As montadoras de caminhão são as que mais atacam: Mercedez colocou também 1500 em lay-off em São Bernardo, acordando com a burocracia da CUT um plano que evita imediatamente as demissões, mas que desarma os trabalhadores para resistir aos planos patronais. Em Curtiba a Bosch demitiu 400, enquanto a Cummings em Guarulhos demitiu mais de 250 e reduziu os salários. Meritor em Osasco, Scania e MAN em Rezende também vieram demitindo e cortando direitos nos últimos tempos.(Valor Econômico, 4 de setembro)

No estado de conjunto, temos visto demissões em praticamente todas as cidades, como foi também na Região Metropolitana de Campinas, com as recentes 400 demissões na Motorola e as mais de 400 na CAF.

O cenário de crise é também uma oportunidade para os patrões, mesmo os que seguem surfando em boas ondas, utilizarem-se do discurso de “apertar os cintos” para impor a restruturação e aumentarem suas margens de lucro: a instalação de novas plantas, como em novas fábricas no complexo de Camaçari na Bahia ou na Hyundai em Piracicaba, os grandes capitalistas buscam desde a abertura cortar direitos e rebaixar o piso salarial em comparação com os metalúrgicos de outros as regiões.

Sindicalistas vendidos, patrões e o governo Dilma: santa aliança

Todo esse processo de novos ataques, se dá com a conivência da burocracia sindical governista(representada pela CUT, Força Sindical, CTB e demais centrais pelegas) que assina embaixo de cada novo ataque, cúmplice diretas dos patrões e inimiga dos trabalhadores. Esses traidores, que entregam nossas vidas e fecham acordos por nossas costas, preparam junto com os patrões e o governo ataques ainda mais sérios.

Um desses planos, como também já viemos apontando, é o Acordo Coletivo de Trabalho com Propósito Específico(ACE), um mecanismo que a burocracia cria para fatiar nossos direitos e atacar em cada fábrica e local de trabalho, dividindo os trabalhadores. É necessário uma grande campanha nacional organizada nas fábricas contra esse ataque histórico ã classe trabalhadora brasileira acordado entre os patrões, o governo e os sindicatos governistas, proposto pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Essa aliança tem uma perspectiva estratégica: evitar o desenvolvimento de tendências classistas e revolucionárias entre os trabalhadores. Toda a propaganda midiática contra os operários de Jirau e os métodos de luta na construção civil, contra o SINTUSP e a vanguarda de trabalhadores da USP, contra a luta anti-burocrática dos últimos anos nos correios, contra os metalúrgicos que nãoabaixam a cabeça para os patrões, em contraposição ã exaltação dos sindicalistas “coerentes” da Força Sindical e da CUT, dos que “sabem dialogar”, serve para conter o avanço da luta dos trabalhadores e suas tendências ã radicalização. Os sindicatos voltam ã cena da grande imprensa, como foram os ataques sofridos pelo SINTUSP, e como se dá nesse momento em que o “exemplo” do Sindicato de Metalúrgicos do ABC é exaltado em contraposição aos “intrasigentes” da CSP-Conlutas de São José dos Campos. As movimentações coordenadas entre a a burocracia governista da CTB e a direção dos Correios, visando atacar os setores radicalizados que se enfrentaram com a burocracia nos últimos anos, assim como desgastar os setores anti-burocráticos que conquistaram a direção da FENTECT, também caminham nesse sentido.

Dilma, os patrões, e principalmente Lula, sabem a importância que é manter os principais sindicatos do país em suas mãos. Em tempos de crise, esse fator pode ser crucial para o desenvolvimento ou contenção de grandes batalhas da classe trabalhadora brasileira. E sem dúvida, as atuais direções sindicais serão um grande freio, muito bem pago, para tentar controlar e impedir a atuação independente da classe operária.

Lei contra o direito ã greve e reforma da previdência

Dilma vem anunciando a retomada do debate sobre a reforma da previdência, buscando retomar um anseio central da burguesia e que Lula não pode levar adiante com a crise aberta em seu primeiro mandato. Além desse debate, retomado durante a greve das federais, o governo, com o incentivo e apoio dos setores mais truculentos e conservadores da elite nacional, trouxeram novamente ã tona a necessidade de uma lei que “regulamentasse as greves”. Esse enorme ataque ã organização dos trabalhadores e a suas legítimas instâncias de organização seria um salto de qualidade nos ataques do governo. Sem dúvida, Dilma e um setor do governo está decidido a levar adiante o debate sobre tais medidas para sua implementação, e veremos após as eleições qual será a força para que possam tentar implementar tamanho ataque.

As direções anti-governistas não estão preparando a resistência

As principais referências da esquerda anti-governista, PSOL e PSTU, organizadas na Conlutas e Intersindical, que dirige importantes sindicatos e faz uma série de críticas corretas frente aos novos ataques do governo, não vem sendo uma alternativa real e concreta aos trabalhadores para organizar um grande plano de luta nacional e formar novos ativistas operários em grandes e importantes batalhas, preparando a vanguarda para o duro cenário que teremos pela frente com a crise. As demissões sem grandes lutas em suas bases sindicais, o retrocesso nos direitos, como foi o lay-off e PDV da GM e São José dos Campos, expressando um despreparo frente ã dureza dos planos dos patrões, são a continuidade do que vimos na Embraer e na Vale em 2008, derrotas sem grandes lutas, sem batalhas.

Apesar da correta denúncia de Dilma e do enfrentamento por parte dos sindicatos dirigidos pela esquerda anti-governista durante o conflito dos servidores federais, ficou claro os limites da estratégia dessas direções, já que fez falta uma grande coordenação dos setores em luta para golpear com força o governo, um momento de grande potencial para formar uma vanguarda em seu apoio mútuo durante a experiência de luta, chave para massificar e fortalecer o conflito em cada local de trabalho, ganhar a solidariedade da população e impor uma grande campanha que educasse novas camadas de lutadores. A falta de medidas desse tipo segue sendo um grave problema para a reorganização da vanguarda brasileira e para o combate ã burocracia sindical.

É preciso tirar lições da falta de coordenação da greve do funcionalismo federal e agora em cada luta unificar os setores em luta, criar coordenações municipais, estaduais, nacionais.

Temos buscado contribuir com nossas forças nas categorias em que estamos, em particular em trabalhadores da USP enquanto parte da diretoria do SINTUSP ao organizar debates sobre o ACE e os novos ataques do governo, mas achamos que é necessário organizar e coordenar a partir dos locais de trabalho os setores dispostos a se enfrentar com os novos ataques do governo federal, e por isso reforçamos aqui o chamado ao conjunto da CSP-Conlutas, Intersindical e dos lutadores a organizar e convocar um encontro nacional de trabalhadores para discutir um plano de lutas imediato para enfrentar a crise e defender nossos direitos

O Brasil e a realidade mundial

Os grandes capitalistas e o governo sabem que a realidade mundial é o que determina de fato o futuro brasileiro. E sabem, que a tendência ao aprofundamento da crise e a diminuição das margens de manobra são evidentes. O respiro é temporário. As necessidades dos trabalhadores são irreconciliáveis com os interesses da burguesia, e por isto, o governo buscará preparar em perspectiva ataques ainda mais sérios e profundos. As centenas de milhares de trabalhadores temporários na construção civil, o “medo” empresarial momentâneo de não conseguir mão-de-obra qualificado, assim como o envelhicemento da população brasileira, são fatores que nesse momento ajudam a manter baixo os índices de desemprego, mas sabemos que esse cenário é momentâneo. O mesmo gerente imperialista que comemora com uísque os milhões que recebe do governo federal, é claro ao dizer que, caso se concretizem as tendências do cenário mundial, desemprego e fechamento de fábricas virão: “Você sabe que estamos fechando fábricas nos Estados Unidos e na Europa. O Brasil estava na lista. Com essa medida e com o câmbio, estamos numa posição melhor. Acho que o Brasil garantiu a continuidade da indústria de alumínio. Mas se a crise mundial perdurar, a China elevar a produção e os preços caírem de novo, aí teremos uma outra realidade.”(Entrevista com Franklin Feder, presidente da Alcoa, Estadão, 12 de setembro)

O capitalismo irá jogar ainda mais nas costas dos trabalhadores, a começar pela juventude operária, o peso de um sistema falido. Esse ano serão mais 75 milhões novos jovens jogados nas filas do desemprego pelo mundo. E temos certeza que a juventude trabalhadora não irá assistir calada a esses ataques e nem esperar sentada seu futuro, como nos mostraram os jovens egípcios e recentemente os sul-africanos. É preciso uma estratégia e organização para que os trabalhadores e sua juventude utilize toda sua força para vencer.

A organização independente dos trabalhadores para expulsar a burocracia sindical de suas organizações, a luta ideológica contra o mito do Brasil-potência, a necessidade de agitar grandes campanhas pelos direitos dos trabalhadores e contra os ataques do governo e dos patrões, organizar amplas camadas de jovens e trabalhadores para lutar para que os trabalhadores e a juventude não paguem pela crise, está na ordem do dia para cada lutador e ativista brasileiro.

É para contribuir com essa tarefa que publicamos mais essa edição do Jornal Palavra Operária.

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