Argentina
Se formou a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores
23/06/2011
“Pela independência política dos trabalhadores”
No dia 14 de Abril, em Buenos Aires foi anunciada a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, conformada pelo PTS, PO e Izquierda Socialista. Abaixo apresentamos um extrato da fala de Christian Castillo (dirigente do PTS) feita no lançamento da frente.
“(...) Esta Frente pretende em primeiro lugar quebrar a política proscritiva da esquerda que tentou levar adiante o governo nacional e a oposição parlamentar, que deu apoio a uma lei vergonhosa chamada Reforma Eleitoral (...)
A Frente busca que possa haver candidaturas de esquerda para os trabalhadores, para a juventude, para os que não estão de acordo com as variantes patronais, nem com esse governo kirchnerista que se apóia em governadores como Urtubey, como Scioli, como Gioja, que está aliado aos Saadi em Catamarca, aos Menem em La Rioja, aos Aldo Rico em San Miguel, que se colocam um verniz de progressistas, mas para defender a continuidade dos que governaram nos ’90 e o seguem fazendo na atualidade. Para aqueles que não acreditam na versão de radicalismo que debate entre ficar com Macri ou sozinho, e que tampouco confiam na direita que governa a Capital nem no Peronismo Federal. E tampouco acreditam na falsa alternativa de centro-esquerda. A que está mais alinhada com o governo irá como coletora do “pejotismo” (Partido Justicialista) como Sabbatella e no caso do Proyecto Sur parece que vai como coletora de fato de Alfonsín e dos radicais.
Esta frente apresenta uma política de independência de classe (...) e esse é o eixo que recorre todos os pontos programáticos desta frente que é um canal para o conjunto dos lutadores da classe trabalhadora que estão construindo o que a imprensa chama de “sindicalismo de base”, uma alternativa ã burocracia sindical. Hoje mesmo essa manhã cortaram a 9 de Julio e Corrientes e depois marcharam ã UIA. Os companheiros de Kraft, de PepsiCo e de Donnelley, reivindicando 40% de aumento e o fim do processo para muitos delegados operários, estudantes e populares. Temos... mais de 4.000 processados por lutar enquanto há somente 162 genocidas condenados.
A Frente é uma alternativa para os companheiros que lutam contra uma burocracia sindical encarnada em Pedraza, o autor intelectual do assassinato do companheiro Mariano Ferreyra, desta burocracia que atacou a golpes aos companheiros de Santa Cruz e que como vimos hoje nos diários conta com a absoluta cumplicidade do Ministério do Trabalho. Foram publicadas as escutas telefônicas entre Pedraza e Tomada, nas quais o ministro lhe diz que vai colocar sua gente dentre os ferroviários para que os trabalhadores não fiquem com a esquerda. É uma confissão insólita, mesmo que se saiba o que ocorre, e que o Ministério do Trabalho não é neutro, mas joga para os burocratas sindicais.
Votar pelos candidatos do peronismo é votar pelos candidatos da burocracia, pelos que se vendem ás patronais para vulnerar os direitos da classe trabalhadora, é votar pelos que não defenderam a luta dos terceirizados, pelos que estão na outra trincheira (...)
A Frente terá (...) uma primeira luta nas eleições provinciais de Neuquén, onde é um orgulho levar encabeçando a lista para legisladores companheiros referência da fábrica Zanon e do Sindicato Ceramista de Neuquén. Inclusive a encabeça o companheiro Alejandro López que não é membro de nenhuma organização, integrante da Lista Marrom e a governadora será a companheira Patrícia Jure, docente e membro do Partido Obrero. No caso dos legisladores vão Alejandro López e depois Raúl Godoy, membro do PTS de Neuquén. Temos uma primeira luta aí, a largada de uma batalha que vamos dar de agora até outubro passando por Córdoba, Capital Federal, pelas eleições primárias. A Frente é uma alternativa ao governo kirchnerista e ás variantes de centro-esquerda, que de nenhuma maneira são uma opção para os trabalhadores, para toda a juventude e para todos os que querem terminar com esta Argentina capitalista”.