Pena de morte e o racismo imperialista
EUA assassina TROY DAVIS
22/09/2011
Ao fechamento dessa edição era assassinado por meio de injeção letal o negro Troy Davis na penitenciária de Jackson (Estado da Georgia). Davis havia sido detido pelo suposto assassinato de um policial no ano de 1989 e condenado a pena de morte no ano de 1991.
A Corte Suprema dos EUA rechaçou no último momento o pedido do próprio Davis e de uma importante quantidade de organizações e personalidades para prorrogar a execução, enquanto isso Obama nem sequer se pronunciou a respeito. A execução de Troy Davis, de 42 anos, se converteu em um escândalo já que seu julgamnto esteve rodeado de irregularidades. Sete das dez testemunhas originais da acusação mudaram suas declarações e afirmaram que a polícia forçou o testemunho de algumas testemunhas nos interrogatórios para que elegessem Davis como "culpado". Durante o julgamento não se pode apresentar uma arma do crime porque esta nunca foi encontrada nem se apontaram provas de DNA. Até um ex diretor do FBI, William Sessions, partidário fanático da pena de morte, solicitou que não se executasse Davis porque em seu caso "havia água por todos os lados".
Além do movimento no interior dos EUA para evitar a execução de Davis, o caso havia ganhado relevância internacional quando a União Européia e Anistia Internacional, entre outros, pediram ao Estado da Georgia que a reclusão ou que alterassem sua sentença.
O assassinato de Davis é a morte n° 34 este ano em prisões estadounidenses, e a número 1.268 desde que a Corte Suprema reinstaurou a pena de morte em 1976. Essa execução não faz mais do que reafirmar o caráter racista da pena de morte e do sistema carcerário norteamericano onde 42% das pessoas que esperam sua vez no "corredor da morte" são afroamericanas (mesmo que representem apenas 12% da população do país).
21-09-2011