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Ciclo de Debates

"Porque Trotsky?" Reúne 150 pessoas em sua primeira sessão na USP

09/10/2012

Na última quarta-feira (03/10) a sala 14 da Ciências Sociais ficou lotada para o primeiro debate do ciclo “Por que Trotsky?”. Na mesa estavam Edison Salles, dirigente da LER-QI e Claudionor Brandão, membro da LER-QI, dirigente do SINTUSP e demitido político.

Veja abaixo o vídeo na íntegra com todo o debate

http://www.ler-qi.org/spip.php?article3638

Edison abriu a discussão colocando o objetivo mais geral o seminário de resgatar as idéias e o legado do revolucionário russo no momento de uma crise histórica do capitalismo que começa a colocar em movimento a juventude e a classe trabalhadora por todo mundo e que já quebra uma série de paradigmas ideológicos de “fim da história e das revoluções” inculcados pela classe dominante nos últimos 30 anos.

Apresentou um pano de fundo geral das mudanças percorridas pelo capitalismo no final do século XIX na Europa e em todo mundo com o advento do imperialismo como fase de agudização extrema dos conflitos entre as classes, abrindo segundo Lenin um período de “crises, guerra e revoluções”. Edison abordou a formação do movimento operário russo e as divergências dentro da social-democracia russa que iriam se expressar na prática já na revolução russa de 1905, destacando a posição de Trotsky que antecipava de maneira mais precisa a dinâmica de classe e as tarefas que iriam se colocar na revolução russa com a teoria da revolução permanente.

Retomou o debate a partir da Revolução de 1917 e o papel chave que Trotsky junto a Lênin cumpriram no processo revolucionário. Ressaltou a dialética entre soviets e partido na revolução de 1917 e a profundidade estratégica desta relação entre a auto-organização da classe junto ao partido de vanguarda como a única possível para a vitória da revolução.

Brandão iniciou sua fala resgatando a decisiva contribuição de Trotsky no debate da burocratização da revolução russa e da consolidação do stalinismo na década de 1920 e 1930. Longe de ser a “continuidade necessária” do bolchevismo como defendem até hoje os intelectuais liberais. A vitória de Stálin rompia diametralmente com a tradição revolucionária do partido e tinha profundas raízes materiais: a derrota da revolução internacional, a morte de um contingente gigantesco de revolucionários na guerra civil e o atraso econômico e cultural russo criaram as bases para o surgimento de uma casta burocrática que usurpou da classe operária o poder de decisão nos rumos da revolução e atacou frontalmente o próprio partido, perseguindo e caçando a fração revolucionária até assassinar todos os antigos dirigentes do partido nos processos de Moscou na década de 1930 e assassinando Trotsky em 1940 no exílio no México.

A partir disso Brandão resgatou o programa da revolução política para a URSS, formulado por Trotsky. A luta a ser travada era pela queda da burocracia e ressurgimento dos soviets como instrumento de auto-organização das massas, mas mantendo as bases sociais da revolução para manter uma clara diferenciação dos setores do imperialismo mundial que buscavam a todo custo restaurar as relações de propriedade capitalistas e ao mesmo tempo lutar contra o stalinismo e seus apoiadores, que sujavam de sangue a bandeira da Revolução Russa assassinando os membros da oposição de esquerda por todo mundo e sendo também responsáveis diretos pela ascensão do nazismo na Alemanha e pela derrota das revoluções chinesas de 1925-1927 e pela revolução espanhola que cortou toda a década de 1930.

Depois de várias intervenções da plenária que buscaram abrir um diálogo com os processos revolucionários da primavera árabe, Edison e Brandão fecharam o debate ressaltando o papel fundamental do partido revolucionário na Revolução de Outubro e a necessidade da juventude e dos trabalhadores lutarem contra os preconceitos instaurados pela burguesia contra a organização política e contra a construção de partidos revolucionários em nossos dias.

O debate se estendeu até depois do previsto com a sala praticamente lotada e desde a LER-QI lutamos para que tenha sido uma “primeira pincelada” para apaixonar trabalhadores, jovens estudantes e ativistas para o estudo aprofundado do legado teórico, político e militante de Trotsky.

Convidamos toda/os para os próximo debate do ciclo Por que Trotsky na UNICAMP no dia 18/10, com o mestrando Iuri Tonelo e Pablito Santos, trabalhador e dirigente do SINTUSP, que irão debater a Revolução Alemã, a intervenção e as lições táticas e estratégicas que Trotsky extraiu deste processo decisivo para o século XX.

Viva Leon Trotsky! Viva a IV internacional!


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