FT-CI

Eleições nos Estados Unidos

Rumo a um novo New Deal?

19/11/2008 Jornal Palavra Operária N° 49

Rumo a um novo New Deal?

Uma das grandes provas ã qual a administração Obama estará submetida será a política que definirá para fazer frente ã profunda recessão que já se instalou nos EUA. Basta recordar que as três grandes automotrizes, Chrysler, General Motors e Ford, os ícones do capitalismo norte-americano, estão em sérios problemas, e que as duas últimas reportaram perdas bilionárias - 4,2 e 2,9 bilhões de dólares respectivamente só no último trimestre. Obama está evitando atuar como o novo presidente dos Estados Unidos, esperando que sejam Bush e o Congresso - que também se renova - aqueles que tomem algumas das medidas necessárias. Como parte desta estratégia, Obama não irá na próxima reunião do G20 que se realizará em 15 de novembro.

Na conferência de imprensa do dia 7 de novembro, no mesmo dia em que se publicaram os dados do desemprego, Obama defendeu a necessidade de implementar um programa de estímulo fiscal para ajudar a reativar a economia, estender o seguro desemprego, que os trabalhadores desempregados recebem só por seis meses, baixar os impostos aos lares de menos recursos e votar um pacote de ajuda estatal para as três automotrizes, o que ele confirmou a Bush na reunião de transição que tiveram no último dia 10. Até o momento a política econômica de Obama, além de apoiar o Plano Paulson para o resgate dos banqueiros, foi muito moderada e tendo prometido cerca de 60 bilhões de dólares divididos entre obras públicas e ajuda social.

Os partidários de um novo New Deal consideram que esta política é insuficiente para enfrentar a crise. Por exemplo, o prêmio nobel de economia Paul Krugman calcula que o pacote de estímulo deveria ser ao menos 4% do PIB, isto é, cerca de 600 bilhões de dólares. Uma coluna do jornal New York Times aconselha Obama a ter “audácia” no gasto público. Comparando a situação atual com a da Grande Depressão, este economista conclui que ainda que seja certo que o New Deal fracassou em tirar a economia da depressão, isso se deveu ã excessiva “prudência” de Roosevelt e aconselha Obama a “calcular quanta ajuda crê que a economia precisa, e somar mais uns 50%” dado que “é muito melhor numa economia deprimida, errar por excesso de estímulo e não por escassez”.

Deixando de lado o fato de que Obama receberá a presidência com uma monumental dívida estatal, acrescida pelo resgate aos bancos, o que torna ao menos difícil esta “política audaz”, é preciso dizer que a Roosevelt não faltou “audácia” no investimento estatal. Isso ficou claro quando ante o fracasso do New Deal deu um giro para a indústria de guerra, com o enorme investimento estatal que este implicou, o que finalmente tirou a economia norte-americana da depressão, e depois da guerra garantiu décadas de hegemonia norte-americana no mundo capitalista. Isto é, que o New Deal foi o primeiro passo em uma série de políticas para resguardar os interesses da burguesia imperialista norte-americana. A grande lição que surge do New Deal é que os representantes políticos da burguesia defendem interesses de classe que são antagônicos com os dos trabalhadores e as minorias oprimidas, e que sem tocar a grande propriedade capitalista e o enorme poder das corporações (como o fez Roosevelt com a propriedade das “60 famílias” que eram donas dos EUA), o capitalismo levará cedo ou tarde a novas catástrofes.

  • TAGS
Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Jornais

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)