DECLARAÇÃO DA LER-QI
Uma vez mais, Israel mata e destrói na Faixa de Gaza
20/11/2012
Desde o dia 14 de novembro o Estado de Israel está desferindo uma ofensiva militar contra o povo palestino que já custou a vida de cerca de 95 pessoas na Faixa de Gaza, incluindo mulheres e crianças. A operação militar “Pilar Defensivo” também assassinou com um míssel o líder do Hamas, A Yabari, tendo sido considerada por grande parte da imprensa imperialista como um “sucesso”. Até o momento foram contabilizadas 1.350 bombardeios sobre a Faixa de Gaza. Com esta ofensiva se incrementa a repressão e o assassinato sobre os palestinos da Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 1,7 milhão de palestinos. Anteontem aviões sobrevoavam a região lançando panfletos nos quais o Estado de Israel ameaçava a população palestina, anunciando que recrudesceriam os ataques aéreos, desmentindo abertamente a notícia veiculada na imprensa aliada de seus interesses de que a operação militar teria o objetivo de destruir apenas “alvos militares”. Como parte desta política de tentar espalhar o terror entre os palestinos, o Estado de Israel já anunciou que há um efetivo de 75 mil soldados mobilizados para desferir uma ofensiva terrestre.
Ademais de uma tentativa de golpear o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2006, o governo do sionista ultradireitista B. Netanyahu busca criar uma base de apoio reacionária interna, que possa canalizar para as eleições antecipadas para o começo de 2013, após um período marcado por crises e protestos contra o seu governo. Outros analistas indicam que a base deste ataque de Israel residiria também em combater preventivamente o pedido que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) levaria ã ONU para ser reconhecida como um Estado observador. Como assinala uma análise do jornal El País (19/11): “Em 24 de outubro o ministro de Assuntos Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, político ultradireitista, afirmou em uma conversa com a representante da União Europeia, Catherine Ashton, que no caso da demanda palestina prosperar não restaria mais remédio a não ser ‘derrubar’ Abbas e destroçar a Autoridade Nacional Palestina”.
Porém, os cálculos de Netanyahu podem se mostrar equivocados, na medida em que a resistência ã ofensiva sionista sobre a Faixa de Gaza tem aumentado o prestígio do Hamas na população. O apoio a esta organização vinha diminuindo produto da percepção relativamente generalizada de que havia adotado uma linha mais moderada, abandonando a resistência ao Estado de Israel. Por outro lado, pesquisas recentes indicam que menos de 30% da população israelense apoiaria uma ofensiva terrestre, cujos resultados poderiam ser desastrosos, considerando os custos em mortes, feridos e destruição, e as dificuldades deste tipo de operação numa região de intensa densidade populacional como é a Faixa de Gaza, em que a população se sente moralizada e com disposição renovada a resistir aos sionistas, pelo fato de um dos foguetes terem atingido as proximidades de Jerusalém, questão que não acontecia desde 1970.
Rapidamente, como Israel esperava, os governantes imperialistas apoiaram os ataques israelenses. Barack Obama, em nome dos “compromissos com israel” (e não com os palestinos e árabes), apoiou a ofensiva sionista, hipocritamente pedindo “moderação” nos ataques. A chanceler alemã Angela Merkel segue a mesma linha declarando que “Israel tem o direito e o dever de defender sua população” (como se os ataques não fossem a continuidade histórica da opressão e ataques militares aos palestinos e árabes). O “socialista” Hollande, presidente francês, se diz “preocupado” e “negocia” com Israel. Com isso dão respaldo ao assassinato sistemático do povo palestino, em operações criminosas que são típicas do Estado sionista, como a realizada no final de 2008 quando matou covardemente cerca de 1.400 palestinos, utilizando-se de armas químicas com fósforo branco de uso proibido.
As manifestações populares no Cairo em apoio ao povo palestino anunciam o perigo para os sionistas de que o sentimento antiimperialista e anti-sionista, ausente nos processos da “Primavera árabe”, e uma de suas maiores debilidades, possa vir ã tona produto do recrudescimento dos ataques israelenses. Este repúdio, que poderia se manifestar em uma série de países da região, já tomou a forma de manifestações, ainda que com outra envergadura, em distintas regiões do globo, Nos últimos dias houve manifestações contra a ofensiva do Estado de Israel na França, Estado Espanhol, em diversos países do mundo árabe e em São Paulo.
Nós, da LER-QI, defendemos incondicionalmente o direito do povo palestino de resistir ao ataque israelense. Exigimos o fim da ofensiva sobre o povo palestino, e que o governo de Dilma rompa relações diplomáticas com o Estado de Israel, imediatamente rompendo os acordos de livre comércio com Israel no Mercosul.
Solidariedade e apoio à luta do povo palestino!
Fim dos ataques do Estado de Israel em Gaza!
Pela destruição do Estado de Israel! Por uma Palestina operária e socialista, onde convivam livremente palestinos, árabes e judeus!