O Maio Espanhol
23 e 24 de Julho: Marcha popular indignada para Madrid
03/08/2011
Nos dias 23 e 24 de julho as ruas de Madri voltaram a encher-se de indignados com a Marcha Popular indignada prevista desde o mês de Junho, realizando várias itinerários que partiam de diferentes pontos do Estado Espanhol: Santiago de Compostela, Cadiz, Murcia, Valencia, Asturias, Barcelona, Logroño, Málaga e Granada. As marchas foram realizando assembléias em cada povoado.
Ao primeiro dia de chegada a Madri realizou-se uma massiva manifestação de boas-vindas que culminou na Puerta Del Sol com umas 20.000 pessoas aos gritos de: “De norte a sul, de leste a oeste, a luta segue custe o que custar”. No dia seguinte, logo após uma noite de acampamento, realizaram-se assembléias de “partilha” de idéias, propostas e debates. Uma mostra de que o 15M segue vivo apesar das férias.
O governo Zapatero não tira férias e trabalhou muito para sejam levados a cabo seus cortes e seus “planos de austeridade”. Questão que levou a inumeráveis protestos em todo o Estado.
A Catalunha vem sendo a vanguarda na luta contra os cortes levados a cabo pelo governo de Artur Mas (CIU), com uma última manifestação em 20 de julho com 30.000 pessoas, logo uma jornada de luta com cortes de ruas, ocupações e acampamentos em hospitais que continuou até o dia 21; datas em que o Parlamento votava os orçamentos. Artur Mas respondeu com paus e repressão aos milhares de jovens que lutam junto aos trabalhadores da saúde contra o fechamento de hospitais e serviços de urgência.
Os trabalhadores começam a fazer-se presentes no 15M
Dentro do 15M as e os trabalhadores começamos a fazer-nos visíveis com os Encontros de Trabalhadores/as e empresas em luta como em Barcelona ou Zaragoza, grupos de trabalho como em Madri, comissões de trabalho, contra os cortes, trabalhadores da saúde, desempregados e desempregadas em todo o Estado Espanhol.
O 24 de Julho, logo depois da Marcha Popular Indignada em Madrid e assembléia geral, realizou- se um encontro entre diferentes comissões, grupos de trabalho e trabalhadores e jovens das Astúrias, Madri, Burgos, Barcelona e povos da Catalunha como Manressa, Hospitalet e Cornellá. Lá debatemos e refletimos sobre a necessidade de trabalhar por unificar todas as lutas para conseguir que se convoque uma Greve Geral e, desta maneira paralisar o funcionamento cotidiano do sistema capitalista. E que seja o início de um plano de luta e mobilizações para conseguir nossas reivindicações e sair ás ruas para derrotar os ajustes contra as e os trabalhadores e os pactos firmados pelos dirigentes das centrais operários Toxo (CCOO) e Méndez (UGT).
É assim que surgiu a proposta de fazer um Manifesto por uma Coordenação Estadual ou Plataforma para a Greve Geral, e uma exigência aos grandes sindicatos de CCOO e UGT para ignorar os acordos assinados. Também um chamado aos sindicatos de esquerda alternativos, as seções sindicais combativas de todos os sindicatos, comitês de empresas, delegados/as, assembléias e grupos de trabalhadores em luta. E assim, poder organizar assembléias nos centros de trabalho, bairros e diferentes setores de trabalhadores para debater e decidir como lutar juntos por nossas reivindicações.
O debate estava em como os trabalhadores(as) temos de tornarmos visíveis: nossa participação ativa e generalizada, unida a dos jovens sem futuro e a das assembléias do 15M tem um enorme potencial para questionar e lutar contra este regime de ‘78 herdeiro de Franco.
A jornada acabou com uma manifestação no Congresso, onde nos esperava uma grande operação policial que cuidava de sua “democracia blindada”. Porém, o 15M revivia com as mesmas reivindicações do “Não nos representam”.
28/07/2011