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Ataque israelense sobre o Líbano
15/07/2006
Durante a madrugada da quinta-feira, 13 de julho, aviões israelenses atacaram o aeroporto de Beirute, no Líbano. Este novo ataque é parte da resposta prometida pelo primeiro-ministro Ehud Olmert ás ações do Hizbollah (xiitas libaneses), no qual morreram 8 soldados israelenses e outros foram capturados, exigindo a libertação de prisioneiros das prisões de Israel e em apoio ã causa palestina.
Enquanto se mantém firme a incursão militar na Faixa de Gaza, os aviões da Força Aérea Israelense bombardearam a rota que une a capital do Líbano com Damasco (na Síria). Apenas alguns dias antes o Estado de Israel havia ameaçado os presidentes de ambos os países por apoiar os “terroristas” do Hamas (Síria, onde reside a direção no exílio desta organização) e Hizbollah (Líbano). Ao mesmo tempo os navios de guerra israelenses lançaram mísseis próximo ao aeroporto libanês internacional (fechado desde a manhã. A cadeia de televisão da milícia do Hizbollah também foi atingida. Dessa forma, Israel voltou a realizar uma incursão neste país, após sua retirada em maio de 2000. Desde o Líbano se disparam foguetes “katyusha” contra acidade israelense de Haifa (localizada a 60 km ao sul da fronteira libanesa).
Durante a jornada de quinta-feira morreram mais de 20 palestinos, e foi atacada a Embaixada Palestina, buscando atingir um dos líderes do Hamas (Mohamed Deif).
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, falou do perigo de uma “guerra regional”.
Enquanto isso, a União Européia votou enviar ajuda econômica a Gaza, como paliativo frente ã difícil situação dos habitantes da região fruto do ataque sionista. Sem questionar nem por um segundo a ofensiva militar, a EU enviou 300.000 litros de combustível para que funcionem os geradores dos hospitais de Gaza, mas esta ajuda como a da Liga Árabe (50 milhões de dólares) foram enviadas diretamente a Abbas, passando por cima do primeiro-ministro Ismail Haniyeh (continuando com a pressão sobre a maioria do Hamas).
Os Estados Unidos, não contente com seu respaldo total ás ações do estado sionista, vetou neste mesmo dia a proposta de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que condenavam os ataques israelenses em Gaza, apoiado por dez dos quinze membros do Conselho, Não surpreende o apoio do imperialismo ianque a seu cão de guarda na região, seu embaixador na ONU, John Bolton, esbanjou cinismo quando declarou que a resolução era “desequilibrada, impõe demandas para uma parte do conflito do Oriente Médio, mas não para o outro”.
Eixos
– A situação de opressão e miséria que as massas palestinas vive, é uma fonte permanente de levantamentos contra o Estado de Israel, como temos denunciado em uma infinidade de artigos. Na escalada atual se soma a isto o fato de que o Irã, no que se apóia na Síria, está utilizando seus “recursos” ou laços na região. Hamas (Palestina) e Hizbollah (Líbano) para no marco de suas aspirações de hegemonia regional e aproveitando o pântano do imperialismo norte-americano no Iraque, e as divergências com as grandes potências sobre seu programa nuclear - aumentar a tensão e melhorar sua posição na região. Esta utilização se dá num momento em que os Estados Unidos se encontram com várias “frentes externas” abertas em nível internacional, tratando de manter por um lado coalizão anti-Irã (com respeito ao seu armamento nuclear) e por outro a demonstração nuclear da Coréia do Norte (qual China e Rússia se negam até o momento a condenar), além de uma difícil cúpula do G-8 em Moscou frente a uma Rússia que ressurge.
– Neste marco, Israel redobrou a aposta lançando a operação militar mais importante desde a invasão do Líbano em 1982, com o objetivo de debilitar qualitativamente e dar uma lição ás milícias xiitas libanesas do Hizbollah. Enquanto isso, com a invasão de Gaza busca fazer o mesmo com o Hamas. Ainda que não esteja claro se Israel poderá levar de forma sustentada as incursões em duas frentes obtendo seus objetivos. De alguma maneira, o colaboracionista Abbas (presidente da Autoridade Nacional Palestina) deixa corres estes movimentos de Israel. A Jordânia e, sobretudo, o governo do Egito e a monarquia saudita (fortes opositores do Irã) que buscavam uma saída negociada ao conflito de Gaza antes que o Hizbollah pusesse em evidência a vulnerabilidade do Estado sionista.
– A situação regional está se tensionando fortemente: isto é o resultado de que além de suas raízes, o conflito da Palestina e do Líbano deve ser visto no marco da situação ainda complicada dos Estados Unidos no Iraque, e o avanço do Irã nesta estratégica região.