FT-CI

Estado Espanhol

Liberdade imediata a Candido e Morala!

14/07/2007 Classe contra Classe (Estado Espanhol)

Liberdade imediata a Candido e Morala! Presos por lutar em defesa do emprego.

Pelo fim dos processos de todos os lutadores operários e estudantis!

Esta democracia para ricos aprisionou os dirigentes operários Candido González Carnero e Juan Manuel Martínez Morala desde o dia 15 de junho no centro penitenciário de Villabona (Asturias). Eles são os dirigentes do Comitê de Empresa da Naval Gijón e pertencem ã Corrente Sindical de Esquerda (CSI). Desta maneira, a (in)Justiça trata de dar uma lição a todos os trabalhadores espanhois e em especial aos heróicos operários da Naval Gijón que lutaram em defesa de seus empregos em março de 2005. São acusados falsamente de haver destruído uma câmera de vigilà¢ncia e a sentença os condena a três anos de prisão e a pagar imediatamente uma multa de 5.642 €. O processo judicial se realizou com todo tipo de irregularidades e é o segundo processo judicial ao que tem sido expostos com intenção de castigá-los. Neste caso se dá uma situação especial de que o Ayuntamiento de Gijón, dirigido por uma aliança do PSOE-IU, se apresentou como parte pedindo o dito encarceramento. Por um lado mostra claramente que o PSOE é um partido de social-liberais. E, por outro que IU está em uma débaclê direitista sem fim. Além disso, a apresentação de falsos testemunhos por parte de membros da polícia, mostra que existe uma intencionalidade política clara por parte da Delegação de Governo em Astúrias e do Ministério do Interior em dar uma lição nestes dois companheiros, e assim dar uma lição em todo o movimento operário, por parte do Governo Zapatero.

Os juízes e todas as forças de repressão há tempos vêm ensaiando contra os lutadores operários, estudantis e de diversos movimentos sociais. Candido e Morala são os dois primeiros lutadores operários presos desde o fim da ditadura. Com este gravíssimo ataque, querem deixar um precedente funesto para todos os trabalhadores e estudantes que se ponham a lutar. Isto não é casualidade, posto que os trabalhadores de Astileiros tem sido protagonistas das lutas mais radicalizadas e combativas do Estado Espanhol, contra o plano dos diferentes governos de privatizar a atividade com a conseqüente destruição de empregos. Ao mesmo tempo os trabalhadores de Iberia de El Prat foram acusados por um processo judicial onde os acusam de sedição e os condena a 9 anos de prisão e graves multas. Também existem trabalhadores com causas judiciais pela greve geral de 2002. Esta perseguição se estende aos estudantes que lutaram contra a LOU, ao Movimento Okupa que sofre a acusação e o desalojamento policial, e um enorme etcétera. Os jovens sofremos uma campanha de criminalização desde o Governo do PSOE, os diferentes governos autônomos e os meios de comunicação para quem somos violentos na escola, que só nos preocupamos pelo botellón.. Por isso temos a presença da polícia nas portas dos Institutos e agora se propõe um “local” dentro dos centros. Como se isso fosse pouco, em algumas cidades temos novos corpos policiais que se encarregam de nos “proteger” quando saímos no sábado a noite para nos divertir, como a UAPO em Zaragoza, da qual já se conhecem agressões e abusos. O Governo do PSOE pode aplicar políticas repressivas como o Governo de Aznar nunca pode, e algumas pareciam impensáveis, como a presença da policia dentro dos IES com participação no Conselho Escolar ou a prisão de estudantes e trabalhadores combativos.

A prisão de Candido e Morala somada a repressão e processo judicial de tantos lutadores é uma medida preventida que o Governo e os poderes do Estado desta democracia a serviço das grandes empresas precisam para avançar, amolecer e desgastar as lutas em curso, mas sobretudo, pra se preparar para os próximos tempos, posto que se aproximam neblinas na economia de nosso país e vão fazer todo o possível para que a tormenta caia sobre nós. É um desafio para todos os trabalhadores, estudantes e lutadores. Por isso todos os trabalhadores devemos responder com uma forte campanha e demonstração de forças. Devemos mostrar ã patronal e seus servidores do PSOE e do PP que não vamos deixar passarem por cima de nós, que defenderemos nossos direitos com unhas e dentes. Devemos dar uma resposta forte e clara para fazê-los retroceder. E já há plataformas e atos em muitos lugares do Estado Espanhol: em primeiro lugar em Gijón, Oviedo e outras cidades de Astúrias. Também em León, Canarias, Zaragoza, Barcelona, Madrid, Valladolid, Valencia, A Corunha, Logroño, Cantabria, Alicante e muitas mais.

Lamentavelmente, os dirigentes do CCOO e UGT até agora não iniciaram uma campanha ofensiva em todo o Estado Espanhol com assembléias e mobilizações, não organizaram os trabalhadores para libertar Candido e Morala. Se limitaram apenas a solicitar o indulto através de uma carta apresentada na Delegação de Governo de Oviedo. Mas se de verdade quiserem tirá-los da prisão deveriam convocar uma greve geral em todo o Estado Espanhol, como primeiro passo para liberar novos companheiros. Mas os trabalhadores sabemos que pouco podemos confiar nas iniciativas destes dirigentes que se passam o dia nos cômodos escritórios oficiais ou em seus assentos de burocratas e são corresponsáveis pelo fechamento de tantas empresas e perda de empregos, como os que com sua luta defenderam Candido e Morala. Por isso, os afiliados do CCOO e UGT e todos os trabalhadores devemos exigir-lhes que se coloquem a cabeça desta luta e ponham ao serviço da mesma toda a estrutura sindical. Só a organização de todos os comitês de empresa e a mobilização popular poderá libertar estes dirigentes operários e enfrentar os processos e repressão policial que sofremos.

Desde o Classe contra Classe nos colocamos a serviço desta luta e trataremos de criar Comitês pela liberdade de Candido e Morala em todos os lugares que possamos e participar unitariamente nos que já existem. Também participaremos das mobilizações em cursos. Para nós, libertar os dirigentes operários é uma questão de principio.

4 de julho de 2007

Mais informação na página de Classe contra Classe (Estado Espanhol)

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