Chile - 500.000 manifestantes
Massivo "panelaço" numa greve nacional pela educação e jornada de protestos
11/08/2011
Pablo Torres, do PTR
(organização irmã da LER-QI no Chile)
9/8/11
Na terça 09/08 mais de 500.000 manifestantes encheram novamente as principais avenidas do país na convocatória de uma nova Greve Nacional pela educação. Só em Santiago (capital) tiveram mais de 150.000 manifestantes. A mais massiva mobilização de estudantes secundaristas, universitários, professores e trabalhadores que continuam na luta já se estende por três meses, e se somou ao novo “panelaço” massivo em todo país e em diversas comunidades. Estas ações demonstram o amplo descontentamento social com o governo direitista e a simpatia de amplos setores com a luta por uma educação pública e gratuita (os panelaços eram um método de protesto massivo da população do país contra a ditadura de Pinochet nos anos 80). Isto tem mostrado, apesar das tentativas do governo para esmagar a luta com repressão e tentativas de divisão, a enorme energia de luta que segue existindo e que se expressa, massivamente nas ruas. O governo já respondeu que desconhece o “ultimato” que deram os estudantes para a quarta-feira e segue com sua prepotência para continuar com sua política que aprofunda a educação de mercado e oferece milionários subsídios aos empresários da educação. Além disso, segue uma forte repressão a movimento estudantil. Hoje tiveram cerca de 300 detidos e é certo que continuará protegendo a “ordem pública” para reprimir as manifestações contra os “criminosos infiltrados”. Milhares de jovens se enfrentaram com a polícia contra a proibição de marchar, incendiado como fogueiras e com os massivos panelaços da população. Hoje novamente esta massiva mobilização deixou claro que há enormes energias para continuar.
Os figurões da direita, como o Presidente da Renovação Nacional, partido do governo, já disseram que devemos acabar com “os inúteis subversivos” e com a linguagem de guerra intimidam a terminar com a mobilização pedindo mais repressão pesada para “enfrentar os inimigos”.
As mobilizações se transformaram em verdadeiras jornadas de protesto nacional com centenas de milhares expressando seu rechaço ao governo nas ruas e garantindo centenas de ocupações de colégios de ensino médio e universidades, superaram o quadro educacional e começam a apontar diretamente contra o regime de democracia dos ricos da direita e da Concertación. Estas enormes mobilizações colocam a enorme necessidade de uma Greve Nacional Indefinida de trabalhadores e estudantes para terminar com a educação de mercado, constituindo assembleia de trabalhadores, estudantes e populares com delegados de base e avançar para uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana fundamentada na mobilização da classe trabalhadora, do movimento estudantil e do povo pobre para terminar com um regime herdado da ditadura de Pinochet.