A 40 ANOS DO GOLPE PINOCHETISTA NO CHILE
Nem esquecer nem perdoar. Acabar com todo o legado da ditadura
13/09/2013
O fim da ditadura anti-operária e sangrenta deu lugar a democracia para os ricos da Concertación e da direita que preservou toda a obra que ele deixou como legado.
A Constituição de 1980 cujo principal objetivo é proteger a propriedade privada dos empresários para garantir a exploração dos trabalhadores, condenados a salários de fome e a precarização do trabalho. Reforçado no roubo de suas contribuições previdenciárias com a AFP que garante apenas uma pensão de fome. O sistema binomial assegurou postos para os guardiões desse legado, a Concertación e a direita. O saque dos recursos naturais como o cobre, o lítio ou a água, entregue aos monopólios imperialistas e grandes empresas nacionais. O Código do Trabalho continua explorando os trabalhadores. A saúde de mercado, a educação de mercado, a moradia de mercado continuam a condenar os trabalhadores a penúrias. Tudo isso é protegido pela repressão policial. E com todos os opressores, salvo alguns poucos casos emblemáticos, seguem livres os funcionários da ditadura, sentados no parlamento com seus partidos UDI e RN, ou como funcionários do governo atual. Para completar frente ã eleição presidencial, surge como candidata a filha de um ditador da junta militar, Matthei, abençoada por Bachelet que o desculpa de seus crimes.
Temos que acabar com todo esse legado odioso da ditadura que ainda está de pé. Basta de impunidade. Castigo aos repressores castigo e seus colaboradores civis. Hoje, alguns desses carrascos pedem perdão. Assim como a Concertación, sempre de joelhos. Hipocrisia pura. Enquanto isso segue a impunidade dos opressores. Enquanto isso eles continuam a defender o golpe, e as violações brutais dos direitos humanos. Enquanto sigam no Parlamento, nos postos de governo, ou como proprietários de empresas privatizadas pela ditadura. Mas, mesmo com a punição que merecem, é insuficiente. Para acabar com todo o legado da ditadura, é necessária a criação de um partido revolucionário da classe operária. O movimento estudantil questionou a educação de mercado. Os oprimidos foram mobilizados com as marchas em massa de mulheres e pela diversidade sexual. As revoltas nas Regiões se estendem. E a classe trabalhadora começa a abrir novos caminhos. A luta de classes se intensifica. E coloca o regime e seus defensores em questão. Para evitar o desenvolvimento do questionamento ao regime alguns, como a direita que está enraizada, saem em sua ostensiva defesa. Outros, como a Nova Maioria prepara para maquiá-lo e assim salvá-lo. Ao seu lado surgem candidaturas como a de Marcel Claude, que querem humanizar esta democracia dos ricos, por exemplo, ao denunciar os monopólios, mas em defesa das PME, tão exploradora como grandes empresas.
Em 40 anos devemos aprender com a história. Antes do golpe, os trabalhadores começaram a construir seus organismos de democracia direta com os Cordões Industriais, o que colocou as empresas sob seu controle, possibilitando que os trabalhadores decidissem o que e como produzir, e avançar para instaurar um governo dos trabalhadores e do povo pobre.
Para voltar a este caminho, temos de construir um partido revolucionário da classe operária, e nos preparar para acabar com toda a herança de Pinochet no caminho para acabar com a democracia para os ricos, da Concertación e da direita.
Partido de Trabajadores Revolucionario – organização irmã da LER-QI no Chile