Estado Espanhol
Nos fusionamos com uma jovem organização
15/03/2006
Nos fusionamos com uma jovem organização
Por Susana y Salvador
Clase contra Clase é uma organização revolucionária que nasce em Dezembro de 2005 no Estado Espanhol, fruto de uma ruptura de Nuevo Claridad. Trata-se de um grupo de companheiros jovens que vínhamos oferecendo resistência ao giro ã direita desta corrente, integrada política e organizativamente no projeto reformista dec IU desde 1993.
Em fevereiro de 2005 um grupo de companheiros do Estado Espanhol entramos em contato com a FT-CI através de seu grupo na Bolívia (LOR-CI), após ter analisado sua política e compará-la com as de outros grupos trotskistas em relação ao ascenso de massas que este país vive desde 2000. Neste momento estávamos integrados em NC, .uma organização proveniente do El Militante, que nos últimos anos tem sofrido um processo de adaptação própria do grantismo.
Conformávamos uma ala resistente ao giro ã direita de nossos antigos companheiros, que se materializava nas lutas políticas contra a adaptação política e orgânica a IU, e o conseqüente abandono de posições revolucionárias e da tarefa de construção de uma organização de quadros. NC é uma organização centrista em um constante giro ã direita que a aproxima do reformismo, seu programa é de pontos máximos e mínimos, abandonando assim o Programa de Transição e o trotskismo, que já renegam oficialmente.
Assim, se negam a manter contatos com outros grupos que se reclamam do marxismo revolucionário, tanto no Estado Espanhol como no resto do mundo. Isto os leva a uma visão estreitamente nacional, o que culmina em sua prática de renunciar ao internacionalismo e ã teoria da revolução permanente.
A partir da viagem de Javo Ferreira (dirigente da LOR-CI) a nosso país começamos um contato muito fluido com a FT-CI, que se consolidou com nossa participação na III Conferência da FT-CI em abril de 2005 em Buenos Aires, na qual participaram companheiros dos distintos grupos (Clase contra Clase do Chile, LOR-CI da Bolívia, LTS do México, LER-QI do Brasil, JIR da Venezuela, PTS da Argentina e companheiros da França, Grã-Bretanha, Alemanha e do Estado Espanhol).
Através de distintas discussões chegamos a importantes acordos: a caracterização da situação mundial; e da União Européia e o programa dos marxistas revolucionários para seus distintos países (imperialistas e semi-coloniais).
A caracterizarão dos governos surgidos como mediações para frear os processos de luta de classes, da qual se deriva a intervenção nos processos mais desenvolvidos como o boliviano e o venezuelano. A política don PTS para o movimento operário, entendendo a classe operária como o sujeito revolucionário e não se deixando arrastar pelas tendências ao piqueterismo de forma oportunista (como fizeram outros grupos da esquerda argentina como o PO ou o MST, construindo-se com base de um movimento clientelar que questiona os subsídios do Estado).
A estratégia soviética que pudemos ver materializada na intervenção do PTS no movimento operário, impulsionando a auto-organização dos trabalhadores para recuperar suas organizações de base e sindicatos em mãos da burocracia e a criação de correntes classistas e combativas que tendam ã revolução. O exemplo de Zanon ou Brukman foram os que mais nos causou impacto. A importância que é dada ã elaboração teórica, que se demonstra no impulso do IPS. Neste ponto há que ressaltar que esta tarefa é duplamente difícil de realizar em um país semicolonial e mantendo posições trotskistas principistas, o que implica em não contar com nenhuma ajuda do estado burguês, como se passa em países imperialistas.
A partir destes acordos começamos a manter uma prática comum. Esta forma de construção internacional foi outro dos acordos mais importantes. O objetivo estratégico de reconstrução da IV Internacional através dos acordos teóricos e a prática comum com grupos nativos, e não a política do partido mãe que envia seus “embaixadores” para levantar grupos em outros países de forma quase artificial. Uma política de fusões com outros grupos ou alas esquerda que defendam o trotskismo principista em seus materiais e atividade política.
Os acordos e a perspectiva da construção internacional foram um aporte de grande ajuda para dar em melhores condições a batalha política em nossa antiga organização centrista de direita. Este combate ideológico nos levou ã ruptura com Nuevo Claridad em Dezenbro de 2005, sendo o ponto culminante de uma evidencia, que é a distância de nosso projeto revolucionário com a adaptação ao reformismo.
Seguidamente conformamos o grupo Clase contra Clase, junto com outros companheiros do movimento estudantil com os que havia acordo e os companheiros da FT-EI residentes em nosso país. Temos presença em Barcelona e Zaragoza, e pretendemos abrir vias para nos estendermos a outras zonas do estado.
Somos parte do movimento de nosso país através do Sindicato de Estudiantes de Izquierdas, com 11 anos de existência. Estamos levantando o projeto de Escuela Obrera, que pretende reagrupar trabalhadores combativos e anti-burocráticos (com os quais temos entrado em contato nos últimos anos através de suas lutas e do apoio do SEI ás mesmas) com a intenção de impulsionar uma corrente classista nos sindicatos. Para abril abriremos uma Casa Operária e Juvenil com a intenção de agrupar o trabalho do SEI e a Escuela Obrera, assim como a de ser cum centro cultural e de elaboração teórica.
A prática comum com a FT-CI dos últimos meses e os acordos nos levaram ã fusão neste reagrupamento internacional. Tanto a direção da FT como nosso novo grupo consideramos que esta fusão entre uma corrente internacional como a FT(CI) e um grupo nativo do Estado Espanhol é um avanço importante da FT CI na Europa que nos posiciona em melhor medida para lutar pela reconstrução da IV Internacional contra as grandes correntes centristas do velho continente.