FT-CI

Estado Espanhol

O ETA retorna à luta armada

29/08/2007

No último 24/08, o ETA retornou ã atividade armada após o fim do “cessar-fogo permanente” declarado em junho. A explosão de um carro bomba no quartel da Guaria Civil de Durango (Vizcaya) foi a confirmação de que o “processo de paz” do presidente Rodríguez Zapatero foi um fracasso. Não podia ter sido de outra maneira. O regime monárquico do Estado espanhol, fruto da transição de 1978, pactuada entre o aparato franquista e as direções do movimento operário (stalinistas e social-democratas), não só conjeturou o desvio do ascenso de lutas operárias e populares, desatado na morte do Ditador, o que significou também uma mudança do regime político sem resolver numerosas demandas democráticas, como as reivindicações nacionais do povo basco. Zapatero, como Presidente do Governo e dirigente de um dos principais partidos, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), é fiel cumpridor desse “espírito da transição”, portanto, um “campeão” da defesa da “unidade da Espanha”, e inimigo acérrimo dos direitos democráticos do povo basco. Assim, sua tentativa de “processo de paz”, não era nada mais que a tentativa de resolver a questão basca de forma reacionária, tratando de integrar o Movimento de Libertação Nacional Basco (MLNV) [1] no regime pós-franquista, mantendo a opressão nacional. O MLNV vem sendo a expressão política da luta de um setor do povo basco por seus direitos democráticos, apesar dos indícios de crescente decomposição política de seu braço armado, o ETA. Continua, porém, sendo um elemento incômodo para o regime opressor espanhol, que em 30 anos de democracia burguesa vem aplicando a política antiterrorista “tradicional”, somada a medidas como a guerra suja dos GAL [2], ou, mais recentemente, a ilegalização de seus partidos e candidaturas electorais, fechamento de jornais, perseguição de ativistas políticos... A pesar das diferenças estratégicas, programáticas, de métodos de luta e políticas com o MLNV, enquanto revolucionários, defendemos estes lutadores contra a repressão do Estado burguês, exigindo a libertação de seus presos políticos, e de toda perseguição contra seus partidos, imprensa, bem como militantes das demais organizações. Durante a trégua, a perseguição não parou sequer por um instante, a direção do MLNV fez coro com aqueles que apostavam no diálogo com o Governo para solucionar o conflito, ainda que defendessem o pagamento pela via de se integrar ao regime constitucional. A manutenção da repressão resultou no retorno “ao que era antes”.

Apesar de o atentado ter convulsionado, momentaneamente, as alturas do regime, com críticas da oposição conservadora (Partido Popular - PP), o Governo, pela já fechada “negociação com terroristas”, ocasionou um giro do PSOE a uma política de ainda mais drástica e o enterro do “processo de paz”, reduz as brechas que se abriram nos últimos meses. E as perspectivas para o MLNV não são muito promissoras. O recrudescimento da persecução, que desatou após atentado de Barajas em dezembro ou a ruptura oficial da trégua, agora somam-se ás ameaças de ilegalização contra a ANV [3].

O retorno ao terrorismo individual não pode ser brindado pelos revolucionários, pois da mesma maneira que defendíamos que o diálogo e a negociação não levariam a concessões do Estado, os atentados também não, como demonstra a experiência histórica dos anos anteriores. Altera-se a táctica, mas mantém-se uma mesma estratégia: pressionar o Estado burguês por parte de uma vanguarda que desconfia do potencial da luta das massas. Só com um movimento no País Basco, dirigidos pela classe operária, em una luta revolucionária contra a burguesia espanhola e basca (que usa a reivindicação nacional para barganhar melhores condições com Madrid, garantia de seus bons negócios), que seja capaz de encontrar a aliança com o proletariado do resto do Estado poderá derrubar o regime pós-franquista e impor um Governo Operário, o único capaz de pôr fim a todo tipo de opressão, inclusive a nacional.

  • TAGS
  • NOTAS
    ADICIONALES
  • [1Envolve tanto o braço militar, ETA, como as organizações políticas, sindicais e sociais de seu entorno.

    [2Grupo Armado de Libertação, organização parapolicial criada sob o Governo de Felipe González, PSOE, em 1983 e se dissolve no início dos anos 1990.

    [3Ação Nacionalista Basca, partido abertxale (nacionalistas radicais) usado para se apresentar nas eleições municipais eao qual não se aplicou a Lei de Partidos com a qual outros foram postos na ilegalidade, como Batasuna ou ASB.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Jornais

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)