FT-CI

Polônia

Greve de enfermeiras e médicos

12/07/2007 especial web

Os primeiros a iniciar a greve foram os médicos. Depois de 8 semanas de paralisação de suas tarefas, Jaroslaw Kaczynski, o primeiro ministro, tratou de conseguir a divisão dos trabalhadores da saúde negando-se a negociar com os médicos e convidando as enfermeiras a falar. Mas o tiro saiu pela culatra e as enfermeiras iniciaram suas próprias reivindicações. Indignadas, quatro enfermeiras decidiram ocupar uma das oficinas da Cancillería do Primeiro Ministro e não sair de lá enquanto não começassem as negociações sobre suas reivindicações. "A ocupação de um local público é um delito que deveríamos denunciar na e além disso eu não posso sentar numa mesa com delinqüentes", respondeu Jaroslaw.

"Por que não pode sentar-se agora se o faz em todas as reuniões do Conselho de Ministros?", perguntaram muitos representantes da imprensa fazendo referência ao vice-presidente do Governo, Andrzej Lepper, condenado pelos tribunais com pesadas sentenças por delitos que cometeu quando não estava no Executivo, mas como líder camponês radical que protestava contra a política agrária.

As enfermeiras, mais indignadas e muito ofendidas se declararam em greve de fome e Jaroslaw voltou a colocar lenha na fogueira do conflito, dizendo que "para a saúde é bom ás vezes não jantar”. Esta nova provocação fortaleceu o ódio e a determinação na luta. As enfermeiras exigem um aumento salarial de 30% para todo o pessoal médico e um aumento do gasto na saúde que chegue a 6% do PBI (o ano passado elas haviam conseguido 30% de aumento mas como exceção durante um ano, portanto quando terminou esse "um ano" elas se depararam com uma queda de 30% de seu salário). A deteriorização das condições de vida e de trabalho do setor da saúde é tão grande que um dos slogans da greve é "Queremos trabalhar aqui, não emigrar", dando conta do fato de que como conseqüência disso dezenas de milhares de trabalhadores e profissionais polacos da saúde hoje trabalham nos distintos países da União Européia.

Dia 19 de junho se realizou a chamada "marcha branca" em Varsóvia da qual participaram 20 mil trabalhadores da saúde. E centenas de barracas seguem instaladas em frente ao gabinete do primeiro ministro, o "mau policial" dos irmãozinhos Kaczynski. A greve e o acampamento onde muitas enfermeiras estão fazendo greve de fome é sustentado com a solidariedade de muitos residentes de Varsóvia que tem feito chegar comida, cobertas e sacos de dormir aos grevistas acampados. Também é crescente a simpatia com que outros setores operários vêm esta greve, onde se destacam os trabalhadores metalúrgicos e mineiros. Uma recente pesquisa de opinião mostrou que 72% está a favor das enfermeiras e 11% apoia o governo neste ponto.

A greve assinala uma recuperação da classe operária polaca, depois de anos de retrocessos e ataques ás conquistas operárias. Assim mostra que o populismo de extrema direita que governa o país, não tem elas consigo. Já no dia 4 de março se realizou uma enorme marcha contra a proposta do governo de incluir na Constituição o "respeito ã dignidade humana" e a proteção da vida "desde a concepção" (o que equivale a uma proibição constitucional do aborto e da fecundação artificial). Milhares de mulheres saíram ás ruas da capital defendendo o direito das mulheres de decidir sobre sua maternidade. Ambos processos demonstram um despertar do movimento de massas.

Mas a greve das enfermeiras e dos médicos, além de suas reivindicações salariais, deve dar resposta ã situação precária da saúde pública na Polônia, onde os sucessivos governos neo-liberais têm tratado conscientemente de desfinanciar o sistema estatal para avançar na privatização do sistema de saúde, criando um novo sistema onde uma parcela da população possa afrontar seus gastos na saúde e o resto deva cuidar-se através de seus próprios meios. Inclusive, ainda que muitos médicos tenham uma idéia diferente e no último ano tenham tratado de modificar sua política levemente para fazê-la mais "social", o sindicato dos médicos, a OZZL, está aconselhado por direitistas que tem promovido uma reforma da saúde com tom privatista como é sua proposta de "vouchers para a saúde". É fundamental que frente ã ofensiva privatista, remarcada uma e outra vez pelos meios de comunicação que lançam histórias de "médicos ricos" buscando gerar um corte de classe que sirva para isolar sua reivindicação do resto da população e dos trabalhadores e frente ã decadência do sistema de saúde, viciado de corrupção e ineficiências, os trabalhadores devem levantar não somente um aumento dos salários mas também que os hospitais e o sistema de saúde passem a ser dirigidos pelos próprios trabalhadores e comitês de usuários.

Notas relacionadas

No hay comentarios a esta nota

Jornais

  • PTS (Argentina)

  • Actualidad Nacional

    MTS (México)

  • EDITORIAL

    LTS (Venezuela)

  • DOSSIER : Leur démocratie et la nôtre

    CCR NPA (Francia)

  • ContraCorriente Nro42 Suplemento Especial

    Clase contra Clase (Estado Español)

  • Movimento Operário

    MRT (Brasil)

  • LOR-CI (Bolivia) Bolivia Liga Obrera Revolucionaria - Cuarta Internacional Palabra Obrera Abril-Mayo Año 2014 

Ante la entrega de nuestros sindicatos al gobierno

1° de Mayo

Reagrupar y defender la independencia política de los trabajadores Abril-Mayo de 2014 Por derecha y por izquierda

La proimperialista Ley Minera del MAS en la picota

    LOR-CI (Bolivia)

  • PTR (Chile) chile Partido de Trabajadores Revolucionarios Clase contra Clase 

En las recientes elecciones presidenciales, Bachelet alcanzó el 47% de los votos, y Matthei el 25%: deberán pasar a segunda vuelta. La participación electoral fue de solo el 50%. La votación de Bachelet, representa apenas el 22% del total de votantes. 

¿Pero se podrá avanzar en las reformas (cosméticas) anunciadas en su programa? Y en caso de poder hacerlo, ¿serán tales como se esperan en “la calle”? Editorial El Gobierno, el Parlamento y la calle

    PTR (Chile)

  • RIO (Alemania) RIO (Alemania) Revolutionäre Internationalistische Organisation Klasse gegen Klasse 

Nieder mit der EU des Kapitals!

Die Europäische Union präsentiert sich als Vereinigung Europas. Doch diese imperialistische Allianz hilft dem deutschen Kapital, andere Teile Europas und der Welt zu unterwerfen. MarxistInnen kämpfen für die Vereinigten Sozialistischen Staaten von Europa! 

Widerstand im Spanischen Staat 

Am 15. Mai 2011 begannen Jugendliche im Spanischen Staat, öffentliche Plätze zu besetzen. Drei Jahre später, am 22. März 2014, demonstrierten Hunderttausende in Madrid. Was hat sich in diesen drei Jahren verändert? Editorial Nieder mit der EU des Kapitals!

    RIO (Alemania)

  • Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica) Costa Rica LRS En Clave Revolucionaria Noviembre Año 2013 N° 25 

Los cuatro años de gobierno de Laura Chinchilla han estado marcados por la retórica “nacionalista” en relación a Nicaragua: en la primera parte de su mandato prácticamente todo su “plan de gobierno” se centró en la “defensa” de la llamada Isla Calero, para posteriormente, en la etapa final de su administración, centrar su discurso en la “defensa” del conjunto de la provincia de Guanacaste que reclama el gobierno de Daniel Ortega como propia. Solo los abundantes escándalos de corrupción, relacionados con la Autopista San José-Caldera, los casos de ministros que no pagaban impuestos, así como el robo a mansalva durante los trabajos de construcción de la Trocha Fronteriza 1856 le pusieron límite a la retórica del equipo de gobierno, que claramente apostó a rivalizar con el vecino país del norte para encubrir sus negocios al amparo del Estado. martes, 19 de noviembre de 2013 Chovinismo y militarismo en Costa Rica bajo el paraguas del conflicto fronterizo con Nicaragua

    Liga de la Revolución Socialista (LRS - Costa Rica)

  • Grupo de la FT-CI (Uruguay) Uruguay Grupo de la FT-CI Estrategia Revolucionaria 

El año que termina estuvo signado por la mayor conflictividad laboral en más de 15 años. Si bien finalmente la mayoría de los grupos en la negociación salarial parecen llegar a un acuerdo (aún falta cerrar metalúrgicos y otros menos importantes), los mismos son un buen final para el gobierno, ya que, gracias a sus maniobras (y las de la burocracia sindical) pudieron encausar la discusión dentro de los marcos del tope salarial estipulado por el Poder Ejecutivo, utilizando la movilización controlada en los marcos salariales como factor de presión ante las patronales más duras que pujaban por el “0%” de aumento. Entre la lucha de clases, la represión, y las discusiones de los de arriba Construyamos una alternativa revolucionaria para los trabajadores y la juventud

    Grupo de la FT-CI (Uruguay)