Brasil
O PT de Dilma engana os trabalhadores
06/09/2014
Dilma do PT, Aécio do PSDB, Marina do Rede “hospedada” no PSB, Eymael do PSDC, Fidelix do PRTB e Eduardo Jorge do PV são candidaturas que representam os patrões e este regime político – a democracia dos ricos. Os capitalistas são os responsáveis pela crise econômica que cada vez mais se instala no país e querem que nós trabalhadores paguemos a conta com inflação, desemprego, aumentos de tarifas e cortes nos gastos sociais. Todos eles escondem essa verdade por trás da demagogia das promessas eleitorais. Cada voto destinado a esses partidos será usado para legitimar os ataques que virão. Aproveitemos o debate eleitoral para fortalecer nossa organização independente e nos preparar para impor que a crise seja paga pelos capitalistas!
O PT de Dilma engana os trabalhadores
Trabalhador não vota em patrão
Por Daniel Matos
Muitos trabalhadores dizem que vão votar em Dilma porque durante o governo do PT a vida de cada um (e de seus familiares e conhecidos) melhorou, ainda mais se comparado com o que era no governo do PSDB de Fernando Henrique. É verdade que o desemprego diminuiu e o aumento do salario mínimo ou os programas assistenciais permitiram por mais comida na mesa. Mas não podemos acreditar que isso foi apenas um mérito dos governos do PT.
Se a vida melhorou, foi porque a economia brasileira cresceu de forma excepcional durante os últimos anos, ajudada pelo crescimento da China e a enxurrada de capital estrangeiro que entrou no país. Precisamos ver uma realidade que o PT trata de esconder a todo tempo: os grandes ganhadores de todo esse período foram os capitalistas, que tiveram lucros recordes, enquanto nós, trabalhadores, recebemos a menor parte de bolo. Isso só foi possível porque o PT controla com mão de ferro a maioria dos sindicatos (via direção da CUT e demais centrais sindicais) em troca de cargos e muito dinheiro e privilégios para os dirigentes sindicais, e desta forma impediu ou traiu diretamente as lutas por nossas demandas de uma vida realmente digna.
Mas a principal “mágica” que o PT faz é tratar de vender a imagem de um país que avança com empregos precários e programas assistenciais mínimos escondendo que nossos direitos mais elementares continuam sendo permanentemente negados. Assim, seguimos todos os anos sofrendo com as enchentes, com as filas nos hospitais, com a precariedade das escolas, com a violência policial, com o transporte caríssimo e superlotado. Enquanto a casta de políticos parasitas e sindicalistas vendidos favorecem os poderosos e gozam dos maiores privilégios, lançando mão de todo tipo de corrupção. Foi contra essa realidade que a população explodiu nas ruas em junho de 2013, e retomou o caminho das greves operárias em todo este ano.
Para não bater de frente com o descontentamento da população, Dilma fez todo tipo de promessas para a saúde, a educação e o transporte. Mas o que ela, junto a todos os outros partidos capitalistas continuaram escondendo é que a metade (42%) dos impostos pagos pela população é destinada a ao pagamento de juros e amortizações de dívidas aos grandes banqueiros e investidores internacionais. Sem acabar com essa sangria é impossível atender realmente as demandas da população!
Parceiras público-privadas e dinheiro fácil do BNDES para os financiadores das campanhas eleitorais
O PT tenta vender a imagem de que os tucanos é que são privatistas. Mas escondem que as parcerias público-privadas impulsionadas pelos governos de Lula e Dilma deram continuidade ao processo de privatização iniciado por Collor e FHC, entregando para os capitalistas de mão beijada nosso petróleo, hospitais públicos, hidrelétricas, portos, rodovias e ferrovias. Tudo isso enriquecendo ainda mais os maiores financiadores das campanhas eleitorais, que são as grandes empreiteiras e empresas de vários ramos que recebem bilhões de dinheiro fácil do BNDES para contratar mão de obra precarizada em regime semiescravo de trabalho, provocando verdadeiras rebeliões dos peões da construção civil como vimos em Jirau, Suape, Belo Monte etc.
Se nos tempos de vacas gordas a menor parte veio para os trabalhadores, em tempos de crise vão querer que paguemos a conta
Dilma não pode mais deixar de reconhecer que o desemprego voltou a aumentar e a inflação está se fazendo sentir no bolso dos trabalhadores. Mas, malandramente, culpa a crise econômica mundial. O que todos os candidatos dos capitalistas escondem é que os bilhões de subsídios fiscais dados aos empresários, que poderiam servir para impulsionar planos de obras públicas que impedissem essa situação, serviram na verdade para preservar os lucros patronais.
Questionada pelos sindicalistas, Dilma prometeu que não vai retirar direitos trabalhistas. Entretanto, o que ela esconde em sua demagogia é que na crise de 2009 o PT impulsionou acordos entre os sindicatos e os patrões justamente para flexibilizar nossos direitos, e nesse ano seu governo propôs uma reforma legislativa que permitiria a todas as empresas que alegassem crise suspender o contrato de trabalho por um ano (até então apenas algumas empresas conseguiam fazer isso, e só por cinco meses!).
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Paulo Skaf: um patrão-candidato
Por Fernando Pardal
Em 20 anos, os governos do PSDB em São Paulo foram responsáveis pelo desmonte da saúde, educação, transporte e abastecimento de água, além de uma política de repressão dura contra todos os movimentos sociais e greves.
Frente a isso, muitos procuram uma alternativa. A inexpressividade eleitoral de Alexandre Padilha, do PT, empurra muitos a um “voto útil” em Paulo Skaf (hoje PMDB, ex-PSB) contra Alckmin (PSDB). É preciso que os trabalhadores saibam quem é Skaf, que promete, desde a campanha, ser mais “linha dura” do que Alckmin. Foi ele quem disse que, na greve do metrô, Alckmin “demorou demais” para demitir os metroviários em greve.
A trajetória de Skaf foi feita como presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o sindicato patronal mais poderoso do país, uma associação feita para atacar os interesses dos trabalhadores em defesa dos lucros dos empresários. Por isso defende a retirada de direitos dos trabalhadores (“flexibilização”). É também defensor da redução da maioridade penal contra a juventude sem futuro e vítima da degradação social, e de mais polícia para usar também contra as greves e manifestações e diversas outras medidas reacionárias. Por trás da fala mansa e da cara de bom moço de Paulo Skaff, quem está coordenando sua campanha na área de segurança pública é nada menos que o fatídico chefe do Massacre do Carandiru (1992). Ou seja, o ex-governador (oficial da PM) e ex-deputado federal Luiz Antônio Fleury Filho, que integrou a “bancada da bala”, conhecida pela defesa de leis “duras” e mãos livres para a polícia reprimir e matar.
Como se pode ver, a juventude e os trabalhadores não têm nada a esperar de Skaf, um patrão-candidato para garantir os interesses dos patrões e a repressão e chacinas nos bairros, favelas e prisões.