Istambul, Turquia
Violenta Repressão na Cúpula do FMI
11/10/2009 LVO 346
A jornada inaugural da assembléia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, celebrada em Istambul, Turquia, terminou com uma brutal repressão contra os atos de repúdio aos organismos internacionais. A cúpula foi monitorada por um mega operativo de segurança para tentar evitar as manifestações e protestos que vinham sendo preparados na cidade diante da chegada dos representantes do FMI.
Na terça-feira 6/10, uma violenta repressão acabou com a morte de um manifestante que morreu em meio ao operativo que contou com a participação de grupos anti- motins, tanques, hidrantes e gases lacrimogêneos para discipar a mobilização. Cem pessoas foram perseguidas e detidas após a repressão e outra mais ficaram feridas.
O protesto convocado por sindicatos, partidos de esquerda e organizações sociais e o repudio estendido ás políticas do FMI e do Banco Mundial apontam contra o vicio neo-liberal destes organismos de descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e do povo pobre. Não se equivocam. Desde a Cúpula do G-20 realizada em abril em Londres, passando pela última reunião desse organismo em Pittsburgh (Estados Unidos), até hoje, todas as medidas discutidas e adotadas foram para salvar os grandes bancos e instituições financeiras, que enriqueceram durante as últimas décadas e são responsáveis pela crise, enquanto mundo afora milhões de homens e mulheres perdem seus postos de trabalho. Apesar das declarações do diretor do FMI, Dominique Stauss-Kahn, sobre o suposto nascimento de um “novo FMI”, as políticas de ajuste que exigiu a vários países no Leste Europeu, gravemente afetados pela crise financeira internacional, mostram que o FMI continua aplicando as mesmas e velhas receitas neo-liberais. Na última Cúpula do G-20 foi tirado que um “sistema de revisão e avaliação das políticas” dos vinte países, onde o FMI lhes aportaria “assistência técnica”.
Longe das promessas de mudança e das ilusões de que “o pior já passou”, os capitalistas e seus estados pretendem descarregar, através de todas as vias possíveis, os custos da crise que eles mesmos provocaram em cima da classe trabalhadora e dos setores populares.